sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Futuro do Técnico em Contabilidade


Em 1932 criava-se a profissão de Guarda Livros, em seguida por volta de 1946 as associações, os sindicatos da classe e os conselhos federais e regionais para regulamentar a profissão. O Técnico em Contabilidade foi durante muitos anos uma profissão cuja responsabilidade requeria uma capacitação técnica acima da média, uma responsabilidade que consistia em deixar o controle dos bens patrimoniais das pessoas e empresas a cargo desse profissional. Foi quando a partir de 1970 foram disseminadas as faculdades de Ciências Contábeis aumentando substancialmente a quantidade de bacharéis em contabilidade.

Com o advento dos computadores eletrônicos chamados mainframes, as grandes empresas passaram a processar a contabilidade no computador, entrávamos na era do PED - Processamento Eletrônico de Dados a partir 1964. Por volta de 1980 chegaram os PCs – Personal Computers ou Computadores pessoais, que causaram uma revolução na contabilidade, onde cada empresa poderia ter seu próprio CPD - Centro de Processamento de Dados e continuou evoluindo até fazer da Internet, expandida em 1990, um grande integrador de dados, usado pelos órgãos governamentais para esse fim.

A partir dessa etapa o contabilista teve que passar por um processo de capacitação técnico-contábil e legal para também tecnológico. O CFC - Conselho Federal de Contabilidade, passou a partir de 2008 a ser normatizador da atividade contábil e com isso criou novas alterações na profissão, marcando a data (a partir de 2014) em que o técnico em contabilidade não mais será habilitado pelos conselhos regionais para exercer a sua profissão como vinha exercendo, contudo não extingue o profissional que continua a ser necessário para os negócios das empresas. O Técnico em Contabilidade continua sendo importante, apenas não será mais habilitado pelo CRC - Conselho Regional de Contabilidade, que a bem da verdade, de 100 técnicos formados nos cursos profissionalizantes, apenas cerca de 5 a 10 em média, exerciam a profissão como responsável técnico de um escritório de contabilidade ou tinha experiência para assumir a escrita de uma empresa, fazendo valer a premissa na qual a evolução da TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação passou exigir um profissional melhor capacitado e cada vez mais antenado com a tecnologia, leis e padrões internacionais, mas não podemos esquecer que cerca de 60 a 80 dos 100 que se formavam entravam no mercado como primeiro emprego com o auxilio das escolas técnicas. O curso técnico é e sempre será a porta de entrada da profissão contábil e o técnico o braço direito do contador, portanto imprescindível, ganha seu salário para ajudar a sua família e pagar a faculdade de Ciências Contábeis ou outra de sua escolha, isso o transforma em um cidadão de bem.

Não podemos nos enganar, achando que o fato de não mais habilitar o técnico em contabilidade vai torná-lo menos importante, acredito que diminua a especulação em torno do ensino profissionalizante e também será necessário uma maior capacitação dos profissionais, mais será tão ou mais necessário.

Esperamos que o mercado de trabalho continue clamando por esses profissionais Técnicos em Contabilidade e venha a sensibilizar a sociedade para que comova a classe empresarial, os conselhos e sindicatos da categoria para corrigir o descaso com relação a inserção desse profissional no mercado de trabalho, voltando atrás na errônea decisão de que não deve mais existir ou não é mais necessário.

O Técnico em Contabilidade é aquele que faz a contabilidade e fazer é o verbo que o Brasil precisa para crescer e se destacar no mundo dos negócios internos e externos. O Brasil precisa de Técnicos em Contabilidade, mesmo sem a habilitação do conselho nos moldes em que os confundem com Bacharéis em Ciências Contábeis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário