Em 1932 criava-se a
profissão de Guarda Livros, em seguida por volta de 1946 as
associações, os sindicatos da classe e os conselhos federais e
regionais para regulamentar a profissão. O Técnico em Contabilidade
foi durante muitos anos uma profissão cuja responsabilidade requeria
uma capacitação técnica acima da média, uma responsabilidade que
consistia em deixar o controle dos bens patrimoniais das pessoas e
empresas a cargo desse profissional. Foi quando a partir de 1970
foram disseminadas as faculdades de Ciências Contábeis
aumentando substancialmente a quantidade de bacharéis em
contabilidade.
Com o advento dos
computadores eletrônicos chamados mainframes, as grandes empresas
passaram a processar a contabilidade no computador, entrávamos na
era do PED - Processamento Eletrônico de Dados a partir 1964. Por
volta de 1980 chegaram os PCs – Personal Computers ou Computadores
pessoais, que causaram uma revolução na contabilidade, onde cada
empresa poderia ter seu próprio CPD - Centro de Processamento de
Dados e continuou evoluindo até fazer da Internet, expandida em
1990, um grande integrador de dados, usado pelos órgãos
governamentais para esse fim.
A partir dessa etapa o
contabilista teve que passar por um processo de capacitação
técnico-contábil e legal para também tecnológico. O CFC -
Conselho Federal de Contabilidade, passou a partir de 2008 a ser
normatizador da atividade contábil e com isso criou novas alterações
na profissão, marcando a data (a partir de 2014) em que o técnico
em contabilidade não mais será habilitado pelos conselhos regionais
para exercer a sua profissão como vinha exercendo, contudo não
extingue o profissional que continua a ser necessário para os
negócios das empresas. O Técnico em Contabilidade continua sendo
importante, apenas não será mais habilitado pelo CRC - Conselho
Regional de Contabilidade, que a bem da verdade, de 100 técnicos
formados nos cursos profissionalizantes, apenas cerca de 5 a 10 em
média, exerciam a profissão como responsável técnico de um
escritório de contabilidade ou tinha experiência para assumir a
escrita de uma empresa, fazendo valer a premissa na qual a evolução
da TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação passou exigir um
profissional melhor capacitado e cada vez mais antenado com a
tecnologia, leis e padrões internacionais, mas não podemos esquecer
que cerca de 60 a 80 dos 100 que se formavam entravam no mercado como
primeiro emprego com o auxilio das escolas técnicas. O curso técnico
é e sempre será a porta de entrada da profissão contábil e o
técnico o braço direito do contador, portanto imprescindível,
ganha seu salário para ajudar a sua família e pagar a faculdade de
Ciências Contábeis ou outra de sua escolha, isso o transforma em um
cidadão de bem.
Não podemos nos
enganar, achando que o fato de não mais habilitar o técnico em
contabilidade vai torná-lo menos importante, acredito que diminua a
especulação em torno do ensino profissionalizante e também será
necessário uma maior capacitação dos profissionais, mais será tão
ou mais necessário.
Esperamos que o mercado
de trabalho continue clamando por esses profissionais Técnicos em
Contabilidade e venha a sensibilizar a sociedade para que comova a
classe empresarial, os conselhos e sindicatos da categoria para
corrigir o descaso com relação a inserção desse profissional no
mercado de trabalho, voltando atrás na errônea decisão de que não
deve mais existir ou não é mais necessário.
O
Técnico em Contabilidade é aquele que faz a contabilidade e fazer é
o verbo que o Brasil precisa para crescer e se destacar no mundo dos
negócios internos e externos. O Brasil precisa de Técnicos em
Contabilidade, mesmo sem a habilitação do conselho nos moldes em
que os confundem com Bacharéis em Ciências Contábeis.
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